quinta-feira, 3 de março de 2011

Aquela coisa chamada coração é como uma caixinha. Quando alguém realmente merecedor do presente se aproxima, ele se abre, deixando o que há de mais secreto se revelar. 

Há algum tempo atrás eu jurei que isso não aconteceria. Eu não falo de um namorado, e uma amiga, de só mais um. Eu falo de uma aproximação real. Falo de família. Falo de amor. Eu fugi de todas as lembranças, quando mais nova. De todos os olhares e palavras. Depois de fugir, eu voltei. E eu matei cada lembrança. Eu venci cada obstáculo. Eu não dei as mãos para o passado. Eu ergui ambas e o estapeei. Ainda assim, na caixa existe uma parte escura. Um lado mais peverso. Um lado menos honesto. Uma garota cruel. Ela foi deixada na caixa, escondida e trancada, quando ele se aproximou. Ele me deu as mãos para que caminhássemos um passo de cada vez. Para que tivéssemos a oportunidade de recomeçar de onde paramos. Quando eu comecei a ganhar o chão, ele me soltou. E eu, como era de se esperar, caí. Dessa vez, a queda não foi tão alta. Quem cai uma vez aprende a deixar o colchonete sempre pronto. Mas foi uma queda. Dura, dolorosa, e sem volta. 

"-Confie em mim. Eu sei exatamente onde estamos.
- Mas nós...
-Pode confiar. Nada de ruim vai te acontecer."

"Menina pode acreditar... Nas coisas que eu vou te dizer..."

"Quando eu crescer vou casar com você... (...) te peguei no colo menina... cantei pra voce dormir"

Lembranças que fizeram a queda gerar fraturas. Lembranças que fizeram tudo pior. E então, como se não bastasse me ver caída, ele fechou a caixa, com uma punhalada no meu coração.

"Inconscientemente".

E eu desmoronei. Mais uma vez.

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