quinta-feira, 28 de julho de 2011

Uma típica quarta-feira. Para muitos, o dia intermediário de uma semana interminável, e para outros, um dia especial. Muitos estão festejando aniversários, bodas, formaturas. Outros estão lamentando os desastres da vida. Mas como diz o Orkut, os dias são longos mas os anos são curtos. Logo será mais uma quarta-feira. Talvez típica, talvez atípica, mas sempre clássica. Clássica?

Eles estão voltando de algumas horas intermináveis. Ambos cansados e retornando do trabalho para suas tão sonhadas horas de descanso. Para os outros, um casal. Para quem os conhece, apenas amigos. Amigos? 

No CD PLAYER algo como "É quando os Olhos se caçam em meio à multidão; Quando a  gente se esbarra andando em qualquer direção. É quando indiscretamente  a gente vai perdendo o chão."...

Ele concentrado na direção. Ela se perguntando se realmente deixou tudo trancado tudo como lhe cabia; Logo a frente movimento e luzes. Festa? Ah, dia de festa. Como foram se esquecer? Os dois começam a rir aparentemente sem motivo. Ele lhe pergunta quem teria tanta disposição num dia frio, em meio a uma semana aparentemente tumultuada para tomar alguma coisa e dançar? 

O relógio marca algo como onze horas, onze e vinte, e cerca de 17°C. Ele diminui a velocidade, pois os carros da frente ligam suas sinaleiras avisando-os de que estão parando. E realmente param, aguardando o estacionamento. Como é o nome daquela profissão em que os homens ficam de preto e vem buscar o carro pra gente? Ela costumava chamá-los de manobristas, mas sabe que tem outro nome. Onze horas, um dia de cálculos e reclamações e a última coisa que ela lembra é o nome da profissão de alguém que ainda vai trabalhar a noite toda. 

Seus olhos correm em outra direção e lá se param por alguns minutos. Um outro rapaz, com um sorriso cativante cumprimenta um grupo de amigos. Ela sorri automaticamente. Quantas vezes aquele sorriso não lhe conquistou? Quantas vezes não esqueceu-se de brigar diante da curvatura daqueles lábios? E quando o conheceu? Sem dúvida foi o sorriso dele que a deixou mais segura. 

"Eu viajei no seu olhar, seu sorriso, seus segredos..."

A música é outra. E quando a música muda, a expressão no rosto da moça também se altera. Ao lado do outro homem, uma outra mulher. Não tinha como negar de que, não só estavam juntos, como já não era algo recente. Não era algo de "uma noite". De "uma festa". Ah, mas a culpa sempre é a carência, não é mesmo? Não tão nova quanto ela, talvez nem tão teimosa, moleca e inconstante. Talvez mais despreocupada. Certamente ela não está pensando em todas as coisas que tem que fazer antes de poder ir dormir, ou então o quão cedo irá levantar no dia seguinte. Talvez ela não se preocupe com as contas que irão vencer com a chegada do final do mês. Finalmente o último carro é estacionado e então eles podem seguir em frente. Seguir em frente, mas para onde? 

-Para a minha casa ou para a sua?

Ela olha mais uma vez para o casal lá fora. Sorri e então responde:

-Para qualquer uma.

"Eu te amo, eu te quero, mas assim não dá. Nosso caso é consumado não dá pra esperar. Você vai ver o que perdeu quando me encontrar nos braços de outros alguém, aí cê vai chorar."

Dois pesos, duas medidas. Dois mundos.





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