segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Desfile das Flores

Num reino encantado de cores
onde a fantasia sugere poesia,
desfilam faceiras, abertas aos amores,
as flores mais belas do “Rancho das Flores”.
Vem a Margarida tão cheia de vida,
com saia de pétalas, girando, atrevida
e a Orquídea esnobe, altiva e rica,
lembrando a nobreza da corte esquecida.
Agora...suspiros...rubores...pudores...
Maria-sem-vergonha, de ardores, fulgores,
tão discriminada, até ultrajada...
porque dá à toa...Que triste! Coitada!
Logo em seguida o Lírio do campo
com sua pureza, vestido de branco,
recompõem-se as flores num clima de paz,
recobram os valores, a moral se refaz.
A um certo perfume...silêncio total...
É a Dama-da-noite, beleza fatal...
Atrás dela o Jasmim, que saiu do jardim
para a dama aplaudir...e sonhar...e sorrir...
E no ar, de repente, um calor eloquente
faz as flores tremerem, suores intermitentes,
exalam fragrâncias, ao vê-lo à distância...
É o Amor-perfeito com um cravo no peito.
Brilhosa qual uma estrela, a Papoula vermelha,
fazendo “caras e bocas” a quem quiser vê-la,
mas roubando os olhares, a Tulipa amarela,
com sua postura, beleza singela.
Ponto alto da festa, momento de esplendor,
Violetas dançaram a “Valsa do Imperador”,
só não se apresentaram as viçosas Açucenas
perdidas pelos caminhos por conta das cantilenas.
Chegaram as Onze-horas colorindo a passarela,
dando passagem a ela...à Rosa...flor mais bela...
Curvaram-se todos respeitando a donzela,
rosa rainha com seus espinhos, os sentinelas.
De repente...um acidente...E fala a Bromélia:
-Caiu de cima do galho a insinuante Camélia.
Um Chourão choramingando surgiu do jardim
com uma placa na mão anunciando o fim.

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