terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Como eu sempre tento dizer, sem o velho clichê, a verdade é que dói tanto quando eu sinto falta de você...

Ela me perguntou se eu me afastaria. Eu confirmei, silente, apenas acenando com a cabeça. Ela me perguntou se eu jurava, e eu murmurei que sim. Ela disse que não pediria mais uma vez, que eu tinha que entender que me afastar era a coisa mais "sensata". Eu também concordei. Ela disse que se sentia traída, eu nem discuti. Disse que se sentia desvalorizada, eu não consegui argumentar. Disse que estava sendo humilhada, e meus olhos novamente se banharam de lágrimas. Mas de tudo o que ela disse, nada eu questionei. Nada eu procurei a veracidade ou a falsidade. Tudo eu ouvi. Eu permaneci silente. Ela continuou, e disse que o meu nome ela levaria para sempre consigo. Fosse numa chamada no celular ou num encontro casual. Ela olhou para mim, com a face séria e com a voz de menina, e disse que eu deveria me afastar. Mais uma vez ela disse isso. Desta vez não foi um pedido. Não foi um aviso. Foi uma constatação.

Porque ninguém o ama como eu. Para você isso é uma diversão.
Esse foi a fundamentação dela.

E naquele instante eu quis gritar e xingar. Falar tudo o que desde o primeiro telefonema eu quis dizer. Eu explodi em lágrimas. Porque eu não questionaria nenhuma das outras coisas. Eu não ousaria questionar nem mesmo os sentimentos dela.
Mas tudo o que eu disse, e tudo o que era preciso dizer, se resumiu em três palavras.

Eu o adoro.
E eu lembrei do "te adoro". E eu lembrei de tudo. Lembrei do primeiro telefonema. Lembrei do primeiro encontro. Lembrei do primeiro sorriso, do primeiro olhar. Do primeiro bom dia. Lembrei das primeiras palavras e do primeiro oi. Do primeiro passeio. De como o sol estava bonito. Me lembrei  da primeira briga. Da primeira conversa. Do primeiro problema. Nunca juntos e nunca separados. Lembrei da primeira viagem. Lembrei da primeira dúvida. Da primeira separação. Do primeiro Natal. Do primeiro Ano Novo. Do primeiro aniversário. Lembrei do primeiro reencontro. Da urgência. Da saudade. "Bem pouquinha", sempre.

E eu lembrei da voz dela, me acusando. E eu vi seus olhos claros me fitando. Me inquirindo.

Então eu dei as costas, deixando-a ali. Saindo de uma vida que não me pertencia. Soltando as mãos do passado. Buscando consolo no abraço do presente.

Adoro não é suficiente.

Virei. Sorri.
Ele me adora.

E que depois de tanta chuva, com o auxilio do sol, venha o arco-íris.




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