quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sabe quando você quer colocar ambas as mãos no ombro de uma pessoa e sacudi-la enquanto grita descontroladamente um "olha para mim, ok? pare de enxergar apenas o que te convem e repare em mim. Olhe nos meus olhos, não precisa ser mágico, nem médico, nem muito observador, tampouco psiocologo. Está no meu rosto, está nos meus lábios, está nas minhas lágrimas. Eu não estou bem. Eu não estou feliz. Eu estou de saco cheio. Olhe, apenas olhe antes de falar idiotices. Antes de não falar nada. Antes de dar as costas para mim como se eu fosse um jornal que, embora ontem fosse manchete, hoje não passa de um bolo de papel. Repare que nem tudo está sendo simples. Repare que nem tudo está sendo fácil e você é egoísta demais para ficar aqui, junto, em silêncio. Se lembre dos meus olhos fechados e da minha respiração tranquila enquanto eu vagava pelo mundo dos sonhos. Me pergunte há quantos dias eu não durmo. O que, afinal de contas, você sabe sobre a vida? Acha mesmo que sabe mais do que eu porque saiu, beijou, trabalhou ou fez qualquer outra porcaria mais do que eu? Você sabe, por acaso você sabe, o inferno que eu conheci? E como foi que dele eu consegui sair? É isso mesmo o que você quer?"

Aí você conta até dez. Respira fundo. Pensa se manda a merda, a puta que pariu ou ao quinto dos infernos. Você pensa novamente. Respira mais um pouco. Bebe um pouco d'água. Dá o seu melhor sorriso e diz: Meia hora.

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