sexta-feira, 8 de abril de 2011


Ignoro os olhares curiosos e os sorrisos discretos e confidentes, que querem me dizer "sei como se sente" ou então "vai ficar tudo bem". Ignoro os comentários amigáveis, bem como os maldosos, e sigo em frente. Ignoro até mesmo as lágrimas que não me permitem ver tudo claramente. Ignoro tudo porque hoje eu entendo o que quer dizer aquela expressão de "com o tempo vai passar". Não é que vai sumir, não é que vai apagar. Não, hoje eu sei que não vai. Existe algo mais forte, dentro de mim, que a cada segundo me faz lembrar de que foi real. Ah, tudo bem que não foi pra sempre. Quem disse que seria? Eu? Você? Um pior que o outro? Sua menina me sorriu outro dia, acho que foi uma atitude natural. Coisa que quase todas as crianças fazem. Eu não consegui deixar de sorrir. Embora o sorriso dela não seja nada parecido com o seu, talvez porque seja inocente, aquela alegria infantil me contagiou. Eu entendi que o tempo não é a cura para tudo, mas que pode ser a cura para mim. Viver do que já se foi não vai me ajudar. Viver com o "bom dia", com o "boa noite" que já não chega não vai fazer com que passe. Eu precisei de uma semana sozinha e longe de tudo e todos para perceber o que em um ano eu não percebi. Eu vou sentir a tua falta, gurizinho. Eu vou sentir a tua falta em cada sorriso, em cada olhar,  em cada música, em cada manhã, em cada solidão... Eu vou sempre sentir sua falta, mas eu vou aprender a lidar com ela. Naquele dia, quando num abraço silencioso nós desmoronamos... eu entendi que você não se sente igual a mim, você se sente um pouco pior. Quando você me perguntar "sentiu saudade, minha guriazinha?" eu vou ser capaz de dizer verdadeiramente que "apenas um pouco".

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