quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Eu não vou mentir nem enganar ninguém, eu andei levando um tratamento de choque e realmente não tenho o que escrever. Acho incrível o poder que a vida tem de modificar nosso curso em segundos. Você crê em algo e o algo se dissolve. Meu professor (ele é um chato, novo, que tenta colocar respeito na marra e que se acha bom demais, melhor que os alunos que jamais serão capazes de entender 1/3 do que ele tem pare ensinar) diz que definir o preto e o branco é muito fácil, mas compreender as escalas de cinza que se encontra entre eles, é um desafio. Estar feliz e triste, barbada. Sacar o meio termo e tentar mudar, complexo. Os dezoito anos chegando, as provas chegando, o fim do ano chegando. Expectativas demais sobre meus ombros, esperanças demais. A mãe que tem a certeza de que vou passar em todas as matérias (mas que não tem noção que eu preciso de 9 em uma delas, na mais difícil) o padrinho que espera que eu seja uma pessoa boa, quando na verdade, eu me sinto a última das criaturas. A amiga que me tira o sono durante diversas noites, querendo que eu diga que a separação entre pais é fácil, mas não é. O amigo que não sabe o que quer da vida. O outro que jura estar bem sozinho, mas está claro que não está. É claro que eles não esperam que eu resolva todos os problemas, não sou a mulher maravilha, mas me sinto incompetente por não fazê-lo. O pai distante, a mãe nervosa. O pai ausente, a mãe presente demais. O tráfico na esquina, as crianças passando fome, os policiais corruptos, os certos demais que morrem... Tudo é tão difícil na sociedade atual, que o fato de que eu não ando no meu estado normal não deveria afetar a ninguém, não é mesmo?

A propósito, sempre fui o cinza entre o preto e o branco. Sempre.

Um comentário:

  1. Eu simplesmente me sinto deveras afetada qdo vc não está bem!
    Sempre estarei aqui pra vc!

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