sábado, 24 de outubro de 2009


Vícios são como vizinhos quando acabamos de nos mudar! Sempre tem aquele vizinho chato que com o tempo nós acostumamos a olhar e dizer “Oi, bom dia!”, mesmo que depois viremos as costas e falemos algumas palavras impróprias para que eu escreva em um artigo de jornal. Ou, então, aquela vizinha atirada que insiste em olhar para nossos maridos e eles insistem em olhar de volta, infelizmente temos apenas três opções nesse caso: fingirmos que não vimos, pôr nosso marido para fora de casa ou quem sabe matar a vizinha, mas deixemos esse assunto para lá...

Algumas pessoas, assim como eu, são viciadas em internet. Algumas em cigarros, outras já usaram drogas depois de uma festinha ou até só para saber como é e seguiram usando todos os dias. Muitas comeram demais e engordaram alguns quilos, mas não conseguiram parar de comer coisas que só aumentariam seu vício. Enquanto alguns preferem pichar e roubar coisas, ficando totalmente viciados em vandalismo. E a maior parte, com toda certeza, é viciada em sexo.

Eu tenho dois desses vícios e confesso que me acostumei com eles. Principalmente me acostumei a ter meus dias em que eu preciso destruir algo para me sentir bem, ou até encher de pichações o muro limpinho que a vizinha acabou de mandar pintar. Meus dedos até coçam só de imaginar isso.

Nunca estive em psicólogos e pretendo nunca estar, não importa o tempo que eu viva com esses vícios ou até a depressão que eu tenha quando deixá-los, já é parte de mim! Lembram-se dos vizinhos chatos que no fundo temos que conviver e até achamos legais? Agora entendem o que eu digo sobre eles? Eles eram chatos e me davam problemas no começo, mas eu aprendi a conviver tão bem que o dia que se forem, irão me fazer falta.

Pessoas que cruzam nossos caminhos são exatamente iguais a vícios! Às vezes não gostamos daquele novo bandmate que insiste em meter o bico nas nossas decisões, mas não podemos falar nada pois ele é primo do nosso outro bandmate, que por acaso é nosso melhor amigo! Em outras vezes não suportamos a namorada do nosso irmão por infinitas coisas, mas temos que conviver com ela, afinal, a felicidade do nosso irmão (infelizmente) é ela. E, são por essas e outras que eu acostumei a “gostar” dos meus vícios e conviver livremente com eles.

Pretendo continuar vendo paredes limpas e não me contentar em deixá-las limpas. Assim como muitos não vão se contentar em ver aquela linda torta de morangos com chantilly e ficar sem comê-la. Não importa o que aconteça na sua vida ou o vício que infelizmente você ganhe como “troco” dos seus atos, muitas vezes vivemos vícios que mal sabemos que existem e mesmo assim seguimos sem problemas. Tantos médicos estão prontos nos dando ajuda para superar nossas doenças e o grande problema da “repetição” de atos que insistimos em ter.

Ter um vício não é um bicho de sete cabeças, só devemos aprender a conviver e aceitar que um dia eles partirão, assim como aquele vizinho insuportável que insiste em fazer da nossa rua um inferno (sim, ele vai embora um dia e você fará festa que eu sei). Quando não se pode vencê-los, a melhor coisa a fazer é juntar-se a eles, e, principalmente, aceitar que eles estão ali, mas não por muito tempo!
Obrigada por seu o meu vício.

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