segunda-feira, 19 de outubro de 2009


Façamos a seguinte analise do dia de hoje: Amanheceu com um sol radiante, um belo dia, daqueles que você fita as nuvens e os pássaros ficam a cantarolar, maravilhoso o suficiente para tirar-lhe da cama cedo e te fazer pensar sobre coisas boas. Meu humor amanheceu desta forma, mesmo despertando junto aos canarinhos que piavam em minha janela incessantemente. Música, flores, bom dias’s e tudo o que havia de bom. Parecia a cidade das super poderosas, aquela coisa de açúcar, mel e uma pitada de tudo o que há de bom. Meu dia não pode ser completamente bonito como o delas, então Deus veio e fez uma ventania, um temporal, quase tentou fazer de mim um dos animais da Arca de Noé, mas não sirvo para ficar aprisionada, prefiro morrer livre. A luz caiu, fios ficaram estirados pelas ruas e bueiros entupiram. Provavelmente lares foram destruídos e plantações foram inundadas. Eu me molhei, mas não somente das águas que caíram impiedosamente; Molhei-me com o sofrimento, com a dor impura, a consciência atormentada por sorrisos falsos e palavras blasfemadas. Meu cacto morreu. Sim, uma planta daquelas que não se precisa regar, que vive em qualquer lugar, que não pede carinho, atenção... que raramente dá flores e que você não precisa nem notar no ambiente. Eu o matei. Fico imaginando que se quebrar espelho da azar, matar um cacto deve ser presságio. De um jeito ou de outro foi. Meu olhar não cruzou com o teu, não era necessário, de alguma forma eu percebo a sua presença. Ela sorriu, cumprimentou educadamente... dos lábios dela meus olhos percorreram o braço, até atingir a mão, mas ali haviam duas, entrelaçadas, unidas... Eu não precisei subir pelo outro braço, eu evitei, sou covarde... nunca disse que não era, mas do contrário, disse que gostava que fossem diretos comigo, mesmo que ser direto significasse ser sincero. Meus olhos continuaram sem encontrar os seus, mas pude ouvir a sua voz. Não tão doce quanto em outros momentos, não mais feliz como meu cacto... ao contrário, assim como ele, havia se ido. Mesmo sem precisar de carinho, atenção ou água, como o meu cacto, se foi. Os momentos, os sorrisos, as travessuras... meu cacto morreu e você se foi com ele, porque talvez fosse um presságio de que dias ensolarados e completamente felizes não existem para meninas más.

Reflexões de uma Eduardinha em crise.
Texto dedicado ao Gabriel, que infelizmente não está mais entre nós, mas que certamente não permanecerá em nossos corações.
Ps.: Ele ainda vive.

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